Os EUA anunciaram, no dia 21, um novo conjunto de sanções contra o Irã abrangendo principalmente os setores financeiro e energético. O anúncio ocorreu após divulgação de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica sobre as dimensões militares do programa nuclear iraniano. As sanções, aplicadas pelo Departamento do Tesouro, restringem o acesso de bancos iranianos ao sistema financeiro internacional. O senador Mark Kirk (R-IL), junto a um grupo de senadores, sugeriu punições ao Banco Central iraniano, acusado pelos EUA de envolvimento em lavagem de dinheiro. Embora congressistas busquem medidas extremas, a administração Obama prefere agir com cautela. Aplicar sanções ao Banco Central poderia afetar o mercado internacional de petróleo, pois a instituição é responsável por processar transações referentes à comercialização do produto com grandes consumidores, como China, Japão e países europeus. As medidas também atingem os setores petrolíferos e petroquímicos, assim como as indústrias vinculadas à atividade nuclear. Devido à importância do setor energético para o Irã, a intenção é enfraquecer o governo em Teerã ao dificultar o refino de petróleo e os investimentos em energia. A secretária de Estado, Hillary Clinton, declarou que a mensagem para o Irã é de que o país enfrentará crescente pressão e isolamento caso insista em seu programa nuclear. Retaliações ao Irã devido a suspeitas de desenvolvimento de armas de destruição em massa e apoio ao terrorismo são impostas desde a década de 80, levando inclusive à aprovação da Iran and Libya Sanctions Act pelo Congresso em 1996.