EUA devem enviar dois navios para base naval em Cingapura
As discussões em torno do envio de dois navios de combate litorâneo (LCS, na sigla em inglês) pelos EUA à base naval de Changi, em Cingapura, encontram-se em estágio avançado. Segundo declaração de um porta-voz do Pentágono na semana passada, militares dos EUA estão muito otimistas com o que consideram uma grande oportunidade. Os LCS são navios modernos, desenhados principalmente para conflitos assimétricos em águas rasas. Embora tenha gerado pouca repercussão na mídia na ocasião, a iniciativa já havia sido anunciada pelo ex-secretário de Defesa Robert Gates em junho último. A presença naval dos EUA em Cingapura deve ser vista com preocupação pela China, que já mostrara contrariedade diante da cooperação militar com a Austrália anunciada recentemente pelo presidente Obama. Cingapura é considerada uma localidade estratégica por se situar no Estreito de Málaca, uma das mais importantes e movimentadas passagens marítimas do mundo. Além disso, a cidade-estado fica próxima ao Mar do Sul da China, palco de disputas territoriais entre China, Vietnã, Filipinas e outros países. Apesar de ser um gesto simbólico, o envio dos navios é mais uma prova da preocupação dos EUA com as tensões na região. Recentemente, a secretária de Estado Hillary Clinton voltou a afirmar que seu país tem muito interesse em cooperar na solução dos conflitos regionais. No entanto, declarações desse tipo têm irritado autoridades chinesas. Durante o encontro da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), no dia 18, o presidente chinês, Hu Jintao, protestou contra a interferência de “forças externas” no Mar do Sul da China.