Governo iraquiano critica acordo curdo com a Exxon
O governo iraquiano criticou, no dia 14, um acordo entre dirigentes curdos e a Exxon, maior petrolífera dos EUA. A crítica partiu do vice-primeiro-ministro de Energia Hussein al-Shahristani, após o Financial Times divulgar que a Exxon seria a primeira empresa de grande porte a obter licenças de exploração no Curdistão, região semi-autônoma no norte do país. Segundo Shahristani, o acordo poderá ser considerado ilegal até que se defina a divisão de lucros entre o governo central e as regiões. A Constituição de 2005 garante ao Governo Regional do Curdistão o direito de emitir licenças, mas autoridades em Bagdá propuseram uma nova legislação em agosto último. Embora o filão do setor no país sejam as reservas curdas, o governo ameaça suspender contratos com a Exxon em outras regiões caso a negociação seja confirmada. A empresa já investiu US$ 50 bilhões em West Qurna Phase 1, ao sul do país, para produzir 2 milhões de barris diários. Tal quantidade equivale à produção total do Iraque atualmente, sendo ligeiramente superior ao que os EUA produzem no Golfo do México. Michael Klare, especialista em geopolítica de energia, duvida que o governo iraquiano retalie a Exxon, uma vez que os investimentos externos são vitais para a retomada da economia nacional. O país possui a terceira maior reserva mundial de petróleo, mas a produção doméstica foi afetada por sanções e guerras desde a nacionalização do setor, em 1975, até a invasão do país pelos EUA, em 2003. As multinacionais e a Casa Branca apoiam uma nova legislação, mas os EUA temem que divergências sobre lucros acirrem conflitos étnicos.