Estudos devem influenciar debate sobre orçamento de defesa

Dois estudos conflitantes sobre o impacto de cortes no orçamento de defesa, publicados recentemente, devem influenciar o debate em torno do plano de redução orçamentária. Um estudo da Universidade George Mason, patrocinado pela Associação das Indústrias Aeroespaciais e pela Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais, alerta para as consequências econômicas de cortes de quase US$ 1 trilhão em gastos com segurança nacional e defesa. Caso não haja acordo no Comitê Conjunto para Redução do Déficit, esses setores deverão sofrer, respectivamente, cortes de US$ 600 bilhões e US$ 350 bilhões. Segundo o estudo, apenas em 2013, um milhão de trabalhadores ligados à indústria bélica perderiam seus empregos, aumentando em 0,6% a taxa de desemprego do país. Como consequência, haveria uma diminuição significativa no PIB, elevando o risco de uma nova recessão. O outro estudo, da Project on Defense Alternatives (PDA), focou na estratégia de segurança. A PDA argumenta que cortes da ordem de US$ 1 trilhão seriam facilmente obtidos com “pequenas” mudanças na estratégia militar e na política externa dos EUA. De acordo com o estudo, um retorno ao número de soldados anterior a 2001, assim como um plano mais modesto de expansão da Marinha e uma redução do arsenal nuclear estratégico não afetariam a vantagem qualitativa das Forças Armadas. Ações militares que demandam grandes contingentes, como as dos últimos dez anos, deveriam ser evitadas. O PDA ressalta que, na última década, o orçamento do Pentágono cresceu 30% e, no momento, não há mais condições de se expandir.
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