Centro financiado pelos EUA é acusado de corrupção no Egito

A Agência de Desenvolvimento Internacional dos EUA (USAID, na sigla em inglês) financiou por duas décadas um think tank egípcio, hoje acusado de corrupção e de apoiar privatizações ilícitas no Egito. O Centro Egípcio de Estudos Econômicos foi constituído a partir de doação de US$ 10 milhões dos EUA para formular reformas econômicas. O think tank esteve sob o comando de Gamal Mubarak, filho do ex-presidente Hosni Mubarak. Na época, membros do grupo assumiram cargos importantes no governo. Atualmente, Gamal e quatro outros membros estão presos por desperdício de dinheiro público na privatização de estatais, e na venda de terras e recursos naturais. Segundo a nova executiva do think tank, Magda Kandil, a arrecadação com essas transações alcançaram apenas US$ 10 bilhões, apesar de valerem US$ 90 bilhões. Os indiciados negam qualquer infração e lutam contra acusações apresentadas pelo governo militar de transição. De acordo com telegramas vazados pelo Wikileaks, autoridades dos EUA já expressavam, em 2006, preocupação de que a privatização no Egito estaria levando a um alto nível de corrupção no país. A USAID declarou que o think tank é um centro de pesquisa econômica respeitável e que tomou medidas para garantir que os fundos destinados a ele fossem usados de maneira correta. A situação tem gerado preocupação sobre a transparência e a efetividade da ajuda externa dos EUA. Mais de US$ 70 bilhões foram destinados ao Egito em assistência militar e econômica nas últimas seis décadas, sendo a segunda maior ajuda externa dos EUA a outro país depois de Israel.

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