Reid abre precedente histórico nas regras do Senado

O líder da maioria no Senado, Harry Reid (D-NV), abriu um precedente inédito nas regras da casa. No dia 6, o Senado considerava uma proposta de retaliação à desvalorização cambial feita intencionalmente por outros países. Pela manhã, o Senado aprovou o encerramento do debate sobre a proposta, com um voto bipartidário de 62 a favor e 38 contra. Na prática, o encerramento significa que um projeto não pode ser alvo de bloqueio e nem sujeito a novas emendas, e que deve ser votado durante as 30 horas seguintes. Todavia, após a medida ter sido apoiada por membros de seu próprio partido, o líder da minoria Mitch McConnell (R-KY) fez à mesa um pedido de “suspensão das regras”. Caso aprovado, a casa poderia considerar projetos de emenda não relacionados à discussão original. Tal mecanismo é raramente bem sucedido por necessitar de 67 votos. Mesmo assim, um total de nove pedidos de suspensão de regras foi apresentado por republicanos. Reid então levantou uma questão de ordem ao presidente da sessão, Mark Begich (D-AK), argumentando que a manobra visava apenas atrasar a votação do projeto. Seguindo a tradição do Senado, Begich declarou os pedidos como legítimos. Em seguida, Reid move uma moção para confirmar a decisão da mesa, com a intenção de ser derrotado. Assim, com 51 votos contra da bancada democrata, a decisão de Begich e os pedidos de suspensão das regras foram invalidados. A importância de tal fato é que votações para confirmar decisões procedimentais do Senado precisam apenas de maioria simples para serem aprovadas. Até então, essa estratégia, conhecida como “opção nuclear”, nunca tinha sido utilizada. Caso a prática se torne recorrente, as regras do Senado que protegem o partido da minoria serão seriamente ameaçadas.

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