Ajuda externa dos EUA deve sofrer grandes cortes

O Congresso propôs cortes no orçamento do Departamento do Estado (DOS, na sigla em inglês) e em programas de ajuda externa dos EUA. Devido à crise orçamentária, o setor deve sofrer um dos maiores cortes em duas décadas. O orçamento proposto por Obama somava US$ 59 bilhões, incluindo as despesas com ajuda externa e o orçamento operacional do DOS. No entanto, o Comitê de Apropriações da Câmara aprovou proposta de lei de apropriações que reduz tais gastos em US$ 12 bilhões, o equivalente a 20% do total solicitado. O corte tem pequeno impacto sobre o déficit federal, mas permite aos congressistas mostrar preocupação com o endividamento sem sacrificar programas sociais domésticos.Todavia, a redução ameaça a política externa da administração Obama, que enfatiza a diplomacia como complemento do poder militar dos EUA. Dessa forma, os cortes devem prejudicar auxílio em alimentação e medicina na África, ajuda para locais afetados por desastres naturais, e assistência política e econômica para novas democracias no Oriente Médio. A proposta também dificulta a transferência de certas atribuições do Departamento de Defesa para o DOS, no Iraque e no Afeganistão. Após a retirada das tropas nesses países, o DOS será responsável por contratar empresas privadas para fazer a segurança dos diplomatas. A secretária de Estado, Hillary Clinton, lamentou que os desafios econômicos do país impeçam o auxílio às democracias nascentes em certos locais. A última vez em que os EUA enfrentaram cortes similares em programas de assistência externa foi durante a administração Clinton, após a Guerra Fria.
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