Obama cobra solução de líderes europeus
O presidente Barack Obama manteve contato com líderes europeus nos últimos dias para pressionar por uma solução para a crise, de forma que esta não contamine toda a economia internacional. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, foram seus principais interlocutores. As conversas abordaram a possibilidade de medidas coordenadas para evitar que a crise da dívida da Grécia se espalhe pelo continente. Na segunda-feira, 19, Obama cobrou de Merkel mais esforço financeiro, embora reconhecendo o difícil ambiente político no país europeu. Para justificar uma atuação mais efetiva e direta, os EUA argumentam que a Alemanha é beneficiada pela existência do euro, uma vez que a moeda é menos valorizada do que seria o marco, e, portanto, leva a um ganho de competitividade. Ainda, o fortalecimento das instituições financeiras europeias só será possível com uma atuação decidida da Alemanha. A preocupação de Obama se explica pelos possíveis efeitos negativos que um aprofundamento da crise europeia poderia causar. Para Edwin Truman, ex-secretário do Tesouro, o agravamento da crise poderia ser responsável pela quebra da economia dos EUA. Já o economista de Harvard, Kenneth Rogoff, destaca a proximidade da eleição presidencial como motivo de preocupação da administração. A pressão de Obama ocorre no momento em que o sistema financeiro internacional demonstra sinais de abalo devido à situação europeia e ao fraco pacote de estímulo apresentado pelo Fed. O contexto de incerteza levou à procura por investimentos seguros: o dólar foi o principal escolhido, principalmente diante do receio de uma crise bancária na Europa.