Líderes mundiais questionam papel dos EUA em processo de paz
Em discurso na ONU, em 21 de setembro, o presidente Barack Obama reiterou posição contrária ao reconhecimento do Estado da Palestina pela organização. O discurso ocorreu depois da abertura da 66a. Assembleia Geral pela presidente brasileira Dilma Roussef, que apoiou o reconhecimento. A postura dos EUA foi criticada por líderes presentes, entre eles o presidente francês Nicolas Sarkozy, que discursou após Obama. Sarkozy também sugeriu plano prático para retomar as negociações dentro de um mês, chegar ao consenso sobre fronteiras em seis meses e finalizar um acordo em um ano. Autoridades mundiais mostram-se cada vez mais frustradas com o papel dos EUA como mediador do conflito entre israelenses e palestinos. Na semana passada, em artigo de opinião publicado pelo The New York Times, o príncipe saudita Turki Al-Faisal disse que a Arábia Saudita é o país mais indicado para mediar o processo de paz. Os EUA vêm exercendo a mediação desde a década de 70, mas a estagnação nas negociações nos últimos anos tem levado a comunidade internacional a pensar em alternativas. Analistas consideram que fatores domésticos dificultam a atuação de Obama, já que os republicanos o acusam de afastar-se de Israel. Como tal acusação pode custar o apoio de grupos de interesses judaicos na eleição de 2012, o presidente acabaria cedendo às pressões internas. Daniel Levy, ex-negociador de paz israelense, declarou que as transformações recentes no mundo árabe também restringem o campo de ação dos EUA, fazendo com que outros países se candidatem a intermediar as negociações.