Príncipe saudita ameaça EUA em caso de veto a Estado Palestino na ONU
O príncipe saudita, Turki Al-Faisal, declarou, no dia 11, que a relação EUA-Arábia Saudita poderá mudar caso o aliado vete o pedido de reconhecimento do Estado Palestino na ONU. O pedido deve ser apresentado no dia 20, apesar de o presidente Obama ter reconfirmado o veto. Al-Faisal disse que o mundo árabe espera que seu país apoie a demanda, o que o impede de aceitar o posicionamento dos EUA. Líderes sauditas temem que o alinhamento com os EUA provoque ainda mais revoltas na região. O príncipe responsabilizou o aliado pelo fracasso das negociações de paz, acusando a Casa Branca de se preocupar mais com questões domésticas do que em reparar “uma injustiça épica” contra os palestinos. Nas palavras de Al-Faisal, o mínimo que os EUA podem fazer para compensar a falta de propostas é permitir que países árabes moderados e europeus conduzam o processo de reconhecimento. Ainda, o monarca destacou ser a Arábia Saudita o único país capaz de dar aos palestinos a legitimidade necessária para negociar com os isralenses. Desde junho de 2009, os sauditas repassaram mais de US$ 2,5 bilhões para a Autoridade Palestina, tornando-se os maiores doadores da entidade. A declaração do príncipe indica que as relações entre os dois aliados históricos já não são as mesmas. Recentemente, a Arábia Saudita apoiou a repressão no Bahrain, contrariando a vontade de Washington. Riad também se recusou a abrir embaixada no Iraque em protesto contra o governo do xiita Nuri al-Malik, que é apoiado pelos EUA. A declaração de Al Faisal é, sem dúvida, a mais dura crítica feita aos EUA por uma alta autoridade saudita nos últimos tempos.