Obama adia novos padrões de gases poluentes
Obama anunciou, no dia 2, que irá manter os padrões vigentes para emissão de gases poluentes por pelo menos dois anos. A medida mantém o limite de poluição das indústrias em 75 partes por bilhão, parâmetro que havia sido adotado pelo ex-presidente George W. Bush. Este limite contraria conclusão de 2008 da Suprema Corte, que determinou a adoção de limites entre 60 e 70 partes, conforme recomendações científicas. O presidente pediu à diretora da Agência de Proteção Ambiental (EPA), Lisa Jackson, que adie até 2013 a aplicação de restrições mais rígidas, já que novos padrões custariam ao país cerca de US$ 90 bilhões por ano. A decisão representa uma contradição, uma vez que Obama compartilhava do plano da agência em rever os padrões ainda este ano. Além do meio ambiente e da saúde da população, as maiores prejudicadas foram a EPA e a sua diretora, frequentes alvos de crítica republicana. Jackson não chegou a ser consultada sobre o adiamento, do qual só tomou conhecimento dias antes. Grupos de interesse, como o American Petroleum Institute, vinham argumentando que os novos padrões resultariam em corte de empregos e impedimento do crescimento econômico. Thomas Donohue, presidente da Câmara de Comércio, afirmou que a decisão de Obama foi acertada, sendo uma vitória para as indústrias que geram empregos no país. Em contrapartida, o economista Paul Krugman criticou a medida, salientando que a adaptação das indústrias a padrões mais rígidos criaria empregos ao obrigá-las a investir em equipamentos adequados.