Os EUA estão empenhados em persuadir a Autoridade Palestina (AP) a desistir do pleito pelo reconhecimento do Estado Palestino na ONU em setembro. Como membro do Conselho de Segurança, os EUA devem vetar o reconhecimento da entidade como Estado-membro. Mas os esforços de Washington podem não ser suficientes para impedir o reconhecimento como Estado observador sem direito a voto. Para a segunda hipótese, basta o apoio de dois terços da Assembleia Geral, que se reunirá entre os dias 19 e 20. Analistas acreditam que os palestinos possuam o número de votos necessários, inclusive de membros da União Europeia (UE). A elevação da categoria a Estado observador daria aos palestinos acesso a organismos e convenções da ONU. Ainda, a nova condição aumentaria a sua legitimidade para eventuais representações contra Israel no Tribunal Penal ou as chances de retorno às fronteiras de 1967. Em qualquer das hipóteses, o veto dos EUA mostraria um certo isolamento do país em relação à maior parte da comunidade internacional. Para evitar um desfecho que considera potencialmente desestabilizador para o Oriente Médio, o Departamento de Estado enviou carta a mais de 70 líderes mundiais. A carta ressalta que uma nova proposta de paz deverá ser apresentada em breve pelo Quarteto, grupo formado pela Rússia, UE, ONU e EUA. Tony Blair, representante do grupo, disse já ter obtido a anuência de Israel e da AP a novas negociações. Israel a teria condicionado à suspensão do pedido de reconhecimento pelos palestinos, enquanto estes à retomada de conversações “reais”.