Investigações da promotoria-geral colombiana encontraram indícios de que os EUA estão envolvidos em um escândalo político no país. Segundo documentos e entrevistas realizadas pelo jornal The Washington Post, a ajuda externa enviada pelos EUA para a Colômbia teria sido usada para perseguir opositores políticos do ex-presidente Álvaro Uribe durante seu governo. A investigação gira em torno de irregularidades no serviço de inteligência colombiano, o Departamento Administrativo de Segurança (DAS), que recebe recursos da CIA para combater o tráfico de drogas. No entanto, o Departamento é acusado de usar o auxílio para espionar e perseguir membros da Suprema Corte da Colômbia e de sindicatos trabalhistas, além de outros opositores de Uribe, sob o consentimento dos EUA. Segundo William Romero, que comandava a rede de informantes do Departamento, as atividades ilegais eram relatadas à embaixada dos EUA em Bogotá. O governo dos EUA negou ter conhecimento dos crimes, porém funcionários da embaixada admitiram a possibilidade de haver irregularidades nas atividades do DAS. Quando as primeiras acusações sobre a irregularidade do Departamento vieram à tona, em meados de 2009, os EUA ameaçaram cortar o apoio ao órgão. O então embaixador William Brownfield teria alertado a administração Uribe que a cooperação seria suspendida caso o governo colombiano não conseguisse controlar a situação no DAS. Em abril de 2010, Brownfield anunciou que a ajuda financeira antes destinada ao DAS passaria à polícia nacional colombiana. O Departamento continua operando, mas os antigos responsáveis e o presidente Uribe estão sob investigação.