Sentimento anti-EUA no Egito preocupa Departamento de Estado

A porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, demonstrou, no dia 10, preocupação com o crescente sentimento anti-EUA no Egito. A declaração foi uma resposta ao artigo do The Washington Post sobre possível incentivo à xenofobia pelo governo egípcio. Após a queda do ex-presidente Hosni Mubarak, o governo militar tem demonstrado descontentamento com interferências externas. A maior crítica foi contra a recém-empossada embaixadora dos EUA no Cairo, Anne Patterson. A diplomata foi capa da edição de julho da revista estatal Outubro, cuja ilustração mostrava Patterson financiando com dólares uma concentração popular. Em testemunho no Congresso em junho, a então futura embaixadora ressaltara a importância da assistência financeira dos EUA para o fortalecimento da sociedade civil no Egito. Patterson também teria pedido por eleições transparentes, embora os militares já tenham declarado que não permitirão a presença de observadores ocidentais no pleito em novembro. Em visita a Washington em julho, o major-general Mohammed al-Assar, membro do Conselho Supremo das Forças Armadas, criticou os EUA por financiar grupos pró-democracia sem a supervisão do governo egípcio. As autoridades também classificam como traidoras ONGs que aceitem dinheiro dos EUA. Segundo o major-general Ahmed Wahdan, antigo chefe de operações do exército egípcio, o sentimento anti-EUA reflete a visão de que o Ocidente representa ocupação, imperialismo e colonialismo. Nuland disse que as críticas aos EUA são injustas e os ataques à embaixadora Patterson inaceitáveis.

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