O Senado dos EUA aprovou, no dia 29, resolução de apoio à Geórgia, reconhecendo a Abkházia e a Ossétia do Sul como territórios georgianos ocupados pela Rússia. A resolução, introduzida pelos senadores Jeanne Shaheen (D-NH) e Lindsey Graham (R-SC), pede o recuo das tropas russas para posições anteriores à guerra entre Rússia e Geórgia em 2008. A guerra de cinco dias foi deflagrada após a Ossétia ser invadida por forças georgianas, o que levou o Kremlin a atacar a capital da Geórgia. Esta não aceitara a declaração de independência da Ossétia em 1992, embora tenha concordado, dois anos depois, em compor com russos e ossetianos uma força tripartite de paz no território. O conflito em 2008, cuja responsabilidade o então presidente George W. Bush atribuiu à Rússia, terminou com a assinatura de um cessar-fogo que determinava a saída das tropas russas das regiões da Ossétia do Sul e da Abkházia. Porém, Moscou reconheceu oficialmente a independência dos territórios logo após a guerra, desobrigando-se de cumprir com os termos do cessar-fogo. O porta-voz do ministério das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Lukashevich, declarou que a decisão do Senado é “analfabestismo” em leis internacionais ou distorção dos fatos. Em entrevista na sexta-feira, 05, o presidente russo Dmitri Medvedv acusou os EUA de exercer um papel importante nos eventos que desencadearam a guerra, referindo-se à influência de Washington sobre o governo georgiano. Já o senador Graham afirmou que a presença das tropas é uma agressão não apenas para a Geórgia, mas para todas as democracias.