Indústrias de petróleo, como Exxon Mobil e Koch Industries, vêm participando da elaboração de leis estaduais há anos, segundo o Bloomberg News. Por meio do pagamentos de taxas, as empresas participariam de forças-tarefa organizadas por congressistas, analistas e executivos com o objetivo de rascunhar projetos de lei. O pagamento seria feito ao American Legislative Exchange Council (ALEC), think tank regularmente financiado pelo setor privado. Sediada em Washington, a ALEC é uma organização que advoga por livre mercado, federalismo e atuação governamental limitada. A taxa de adesão às mesas de trabalho poderia chegar a US$ 10.000, mas níveis mais altos de participação na organização chegariam a US$ 100.000. Uma vez elaborado o rascunho, a ALEC trataria de adaptá-lo à linguagem legislativa e publicá-lo em sua biblioteca digital. Antes de ser publicado, o texto passaria pelo crivo dos congressistas e empresários. Representantes interessados em apresentar projetos de lei teriam apenas que baixar os arquivos do site da ALEC. Foi o que fez Kim Thatcher, representante republicana em Oregon, para pressionar o governador democrata John Kitzhaber a excluir o estado da Western Climate Initiative, projeto regional que estabelece limite e comércio de cotas de emissão de carbono. Propostas quase idênticas à de Thatcher foram introduzidas em vários outros estados. A ALEC se opõe à administração Obama, sobretudo em políticas de energia e meio ambiente. A organização chegou a produzir o documento Revogação de Emenda, propondo que as câmaras estaduais pudessem derrubar, por maioria de dois terços, legislações federais.