A China vem avançando no desenvolvimento de tecnologias de veículo aéreo não tripulado (VANT), com chance de competir com os EUA pela liderança do setor. Segundo Richard Fisher, do Centro de Estratégia e Avaliação Internacional, alcançar os EUA é uma questão de tempo para a China. Analistas acreditam que os protótipos exibidos pelas indústrias chinesas em recente exposição em Paris evidenciaram o esforço no aperfeiçoamento dessa tecnologia. Desde os primeiros modelos apresentados em 2006, o país criou centros de pesquisas e já conseguiu produzir modelos semelhantes ao Predator dos EUA. Nos últimos anos, Israel, Rússia, Irã, Paquistão, Índia e a própria China têm se interessado pelo uso destes equipamentos. Segundo Zhang Qiaoliang, do Instituto de Pesquisa e Design de Aeronaves Chengdu, esse comércio aumentou muito nos últimos dez anos. Diante da maior demanda, Zhang reconhece que seu país pode vir a ocupar uma lacuna de mercado. Os EUA são signatários do Regime de Controle de Tecnologias de Mísseis, grupo criado em 1987 para prevenir a proliferação de sistemas para transportar armas de destruição em massa. Assim, os EUA procuram restringir a exportação desses aviões para seus aliados mais próximos. Com a possibilidade de competição chinesa, Washington está reconsiderando a restrição às vendas. Recentemente, a General Atomics, fabricante do Predator, recebeu permissão para negociar VANT de combate com países autorizados pela Agência de Cooperação em Segurança, órgão do Departamento de Defesa. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Egito seriam alguns desses países.