Campanha contra a Al Qaeda se estende à Somália

A campanha contra a Al Qaeda passou a incluir o braço da rede terrorista na Somália nas últimas semanas. O grupo somali denominado Al Shabab foi alvo de ataques de aviões não tripulados realizados pelo Comando de Operações Especiais Conjuntas (JSOC, na sigla em ingês), atual responsável pela missão no Iêmen. Como o Shabab não vinha se opondo diretamente aos EUA, a Casa Branca relutava em atacar seus integrantes para não aproximá-los da Al Qaeda iemenita. No final de junho deste ano, a missão passou de vigilância a combate porque agentes dos EUA acreditam que extremistas de ambos os países têm cooperado entre si, compartilhando informações sobre operações e treinamento. Jihadistas somalis feridos na última ação teriam ligações com o clérigo Anwar al-Awlaqi, líder influente da Al Qaeda no Iêmen. A campanha confirma a nova estratégia de contraterrorismo divulgada há poucos dias pela administração Obama, que tem na Al Qaeda a sua maior preocupação e cita os dois países africanos como focos importantes. Os responsáveis pelas operações afirmam que a ação deve ser limitada a inserções rápidas e ao uso do Pedrator, avião não tripulado. Analistas preveem o uso cada vez mais frequente desse tipo de aeronave, que permite ao presidente conduzir operações semelhantes a um ato de guerra, sem necessariamente caracterizá-las como tal, o que o desobrigaria de maiores justificativas públicas. A cautela em relação à Somália também estaria relacionada com o insucesso da intervenção no país em 1993, que resultou na morte de 18 soldados de elite das Forças Armadas.

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