O FBI pretende lançar uma nova versão do Guia de Operações e Investigações Domésticas, manual que estabelece as regras para as investigações feitas por funcionários da agência. O novo regulamento aumentaria a liberdade de ação dos agentes, diminuindo as atuais restrições burocráticas. As mudanças se aplicariam, principalmente, à categoria mais básica de investigação praticada pela agência. Para estas ações, não seria mais necessária abertura de inquérito pelo investigador antes da realização de pesquisas em bases de dados. Para o FBI, a maioria de milhares de operações básicas abertas desde 2008 não geraram informações que justificassem investigações mais profundas. O novo manual também diminuiria as restrições para o uso das técnicas com detector de mentiras e para busca em lixo doméstico, além de remover algumas limitações para a utilização de unidades de vigilância. As regras para agentes secretos infiltrados em organizações também foram atenuadas e os casos de investigações com obrigatoriedade de supervisão extra foram reduzidos. Os planos do FBI deram início a um debate entre Michael German, ex-agente do FBI e atual advogado da União das Liberdades Civis da América (American Civil Liberties Union, na sigla em inglês), e Valerie Caproni, conselheira geral do FBI. German argumenta que a diminuição das restrições ao uso de técnicas invasivas aumentaria a autoridade dos agentes do FBI e, portanto, o potencial de abuso pelos mesmos. Caproni, por sua vez, alega que o novo manual estaria dentro das normas gerais da agência, não passando de ajustes finos que facilitariam as investigações.