Gates responsabiliza aliados por futuro sombrio da OTAN
No discurso do dia 08 em Bruxelas, o último na OTAN antes de deixar o cargo, o secretário de Defesa Robert Gates fez duras críticas à aliança. Gates previu um futuro sombrio para a organização diante da falta de comprometimento de alguns de seus integrantes. Segundo o secretário, futuras lideranças nos EUA podem mostrar-se pouco dispostas a investir em uma aliança militar para a qual os europeus contribuem com verbas e recursos operacionais cada vez menores. O maior exemplo é a guerra do Afeganistão, na qual os europeus têm participado de forma relutante e com baixo investimento. Gates também pontuou a fraca participação na campanha aérea da Líbia por parte de Alemanha, Polônia, Espanha, Turquia e Holanda. Para militares dos EUA, o peso da operação vem sendo suportado por apenas oito aliados. Até o mês passado, os EUA conduziram 70% das missões de reconhecimento, 75% do reabastecimento e 27% de todas as missões aéreas na Líbia. As críticas refletem as preocupações do Pentágono com os custos financeiros dessas ações militares e com a exaustão das tropas, mas principalmente com certo desinteresse coletivo por parte dos aliados. Para Gates, a OTAN possui duas estruturas: a primeira com países dispostos a arcar com os ônus dos compromissos, e a segunda por membros que usufruem os benefícios da aliança sem assumir riscos. Caso os principais países europeus mantenham reduzidos seus orçamentos de defesa e relutem em contribuir com tropas e equipamentos, a organização poderia tornar-se irrelevante para os EUA.