Republicanos repudiam aumento de limite

A Câmara de Representantes derrubou, na última terça-feira, um projeto de lei que aumentaria o limite de endividamento do governo federal em US$ 2,4 trilhões, sem que houvesse contrapartidas em corte de gastos. A proposta foi rejeitada por 97 votos a favor e 318 contra, incluindo todos os republicanos e 82 democratas, quase a metade do partido na Câmara. O fracasso já era previsto. O projeto introduzido pelo republicano David Camp (R-MI) e a própria votação foram orquestrados por republicanos como uma manobra política para demonstrar repúdio ao aumento do limite da dívida sem previsões de corte de gastos. Como os eleitores são amplamente contra o chamado aumento “limpo”, isto é, sem ser condicionado a medidas anexas, a votação buscou prejudicar a imagem de democratas que lhe fossem favoráveis. Os democratas denunciaram a manobra, acusando a oposição de não levar o assunto a sério. Embora republicanos tenham declarado que Wall Street estivesse ciente da manobra, o voto foi realizado após o fechamento dos mercados para evitar riscos de pânico instantâneo na bolsa. Analistas acreditam que a votação será utilizada por republicanos para marcar posição com a ala mais conservadora do partido. Assim, caso o aumento seja aprovado em agosto em regime de urgência para aplacar o mercado, eles não seriam culpados por votarem a favor. O resultado da votação não deve alterar os trabalhos do grupo bipartidário de negociações liderado pelo vice-presidente Joe Biden. As maiores disputas entre os partidos envolvem aumento de impostos e mudanças significativas a programas sociais.

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