Boehner vincula dívida a corte de gastos
No último dia 9, o porta-voz da Câmara John Boehner (R-OH) explicitou pela primeira vez suas expectativas nas discussões sobre orçamento e limite da dívida. Em discurso proferido no Clube Econômico de Nova York, Boehner declarou que o aumento do limite de endividamento do governo federal terá de estar vinculado a cortes de gastos, em razão até maior do que 1 para 1. O porta-voz desafiou o governo a cortar trilhões dos gastos públicos, pois aumentar o limite da dívida sem que haja cortes seria uma irresponsabilidade. Boehner também reiterou sua posição de que tudo pode ser negociado para redução do déficit, com exceção de aumento de impostos. Citou, ainda, a necessidade de revisão do Medicare, sinalizando a posição do partido em reestruturar o programa. Em resposta, o secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney, afirmou que posições maximalistas não levam a acordos. O líder da maioria no Senado, Harry Reid (D-NV) também criticou a posição intransigente do republicano. O discurso polariza o debate sobre a situação fiscal no momento em que os partidos buscam algum tipo de consenso. Desde a semana passada, o vice-presidente Joe Biden vem liderando um grupo bipartidário de negociações sobre os temas. Muitos duvidam da eficácia dessas reuniões, sobretudo depois do discurso de Boehner colocar objetivos quase inatingíveis para os republicanos participantes do grupo, dentre eles o líder da maioria na Câmara, Eric Cantor (R-VA). Alguns consideram que, ao traçar metas tão ambiciosas, Boehner procura apenas aplacar o Tea Party, ala mais conservadora do partido.