Departamento do Tesouro aplica sanções a oficiais sírios

A administração Obama impôs sanções a três oficiais do governo de Bashar al-Assad na Síria, onde a repressão já deixou um saldo superior a 400 mortos. O Departamento do Tesouro vai congelar os fundos do irmão de Assad, Maher al-Assad, de Atif Najib, comandante das operações em Dara’a, e de Ali Mamluk, diretor da agência de inteligência síria. Além de autoridades sírias, também será boicotada a Força Qus da Guarda Revolucionária do Irã, uma unidade paramilitar de elite que, segundo oficiais, é usada para fornecer gás lacrimogêneo e outros equipamentos para a repressão aos manifestantes. A medida pode ter sido tomada para atenuar as críticas a Obama, acusado de dar respostas diferentes à repressão na Líbia e na Síria. Segundo especialistas, a Casa Branca estaria menos engajada, pois Assad é um líder com mais aliados internacionais do que Gaddafi e comanda um exército mais fiel e melhor organizado, o que torna os efeitos da sua saída menos previsíveis. Para Steven Cook, analista do Council on Foreign Relations, os interesses dos EUA na Síria são mais evidentes e a queda de Assad poderia levar ao poder grupos ainda menos favoráveis a Washington, com risco de sérias implicações para a estabilidade no Líbano e no Iraque. Oficiais israelenses afirmaram que, apesar de Assad não ser aliado, a possibilidade da sua substituição por militantes sunitas representaria grande perigo para Israel. Alguns relatórios mostram que Tel Aviv têm pressionando a Casa Branca para ser menos rígida com Damasco, embora o embaixador de Israel nos EUA, Michael Oren, tenha negado essa informação. Para os EUA, as opções diplomáticas para lidar com a Síria são poucas. O comércio bilateral é quase inexistente e o país é considerado pelo Departamento de Estado como financiador do terrorismo.

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