Informação sobre esconderijo de bin Laden reaviva polêmica sobre tortura
A localização de Osama bin Laden pelo serviço de inteligência dos EUA reabriram o debate sobre “técnicas coercitivas de interrogatório”, vistas também como tortura. Uma das fontes para a informação sobre o mensageiro que levou os EUA ao esconderijo do terrorista foi Khalid Sheik Mohammed, responsável pelo planejamento dos ataques de 11 de setembro. Segundo o governo dos EUA, Mohammed foi submetido à técnica de afogamento 183 vezes. Práticas como afogamento, privação de sono, posições desconfortáveis e choques contra paredes foram autorizadas pelo presidente George W. Bush após os atentados de 11 de setembro. Em 2009, essas medidas de contraterrorismo foram proibidas por Barack Obama. Segundo Diane Feinstein (D-CA), líder do Comitê de Inteligência do Senado, métodos simples de inteligência e não coercitivos levaram ao paradeiro de bin Laden. Entretanto, muitos republicanos pensam de outro modo. Peter King (R-NY), líder do Comitê de Segurança Nacional da Câmara, afirmou que a ação só foi possível pela prática de afogamento. Para Paul Wolfowitz, antigo vice-secretário de Defesa, o sucesso da operação mostrou o valor da política de interrogatórios da administração de Bush. O ex-secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, também elogiou o fortalecimento das operações militares especiais por Bush e duvidou que os métodos de Obama obtivessem o mesmo resultado. Já o procurador-geral dos EUA, Eric Holder – que defende o fechamento de Guantánamo – afirmou não saber se as informações foram obtidas com técnicas de coerção, apesar da confirmação dada pelo diretor da CIA, Leon Panetta.