Congresso analisa realinhamento estratégico no Afeganistão

A morte de Osama bin Laden traz dúvidas sobre a presença dos EUA no Afeganistão. A maior justificativa para a invasão do país em 2001 era encontrar o terrorista. Embora o Talibã, organização também classificada como terrorista, continue atuando no Afeganistão, a eliminação do número 1 da al-Qaeda aumenta a pressão pela aceleração do prazo de retirada das tropas, previsto para início em julho de 2011 e conclusão em 2014. O presidente do Comitê de Serviços Armados do Senado, Carl Levin (D-MI), defendeu uma redução “robusta” dos soldados. O senador Dick Lugar (R-IN) disse que Obama carece de visão estratégica, já que a al-Qaeda estaria mais forte no Iêmen. Outros, como o independente Joe Lieberman (I-CT), temem que a saída prematura fortaleça o Talibã e a própria al-Qaeda. Já líderes democratas, como os senadores Harry Reid (D-NV) e John Kerry (D-MA), declararam apoio aos prazos estabelecidos. Segundo o secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney, a batalha contra o terrorismo continua e a retirada será determinada pelas condições locais. Pesquisa recente do Instituto Gallup atesta que mais de 50% dos americanos acreditam que o objetivo no Afeganistão foi concluído. Os números, no entanto, revelam uma divisão partidária: 54% dos eleitores democratas consideram a missão cumprida, opinião compartilhada por apenas 38% de republicanos e 44% de independentes. A percepção do público e o custo da guerra devem fazer com que os congressistas repensem suas posições. Ainda nesta semana, o Comitê de Relações Externas do Senado planeja audiências para rever a política do país no Afeganistão.

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