Tensas negociações sobre nova resolução contínua

As negociações em torno de uma nova autorização orçamentária, a sétima nesse ano fiscal, atingiram um ponto crítico com a aproximação do término da atual resolução contínua em 8 de abril, e a iminente ameaça de paralisação do governo. Embora democratas e republicanos tenham acordado nas últimas semanas o valor de US$ 33 bilhões em cortes, há forte divergência quanto aos alvos das reduções. Segundo o presidente do Comitê de Apropriações da Câmara Hal Rogers (R-KY), o líder democrata no Senado Harry Reid (D-NV) teria orientado seus negociadores a não aceitarem cortes em políticas de governo – justamente uma das condições dos conservadores para aprovarem proposta. Republicanos ainda sofrem pressão das alas mais radicais do partido para fazer valer a promessa de campanha de cortes de US$ 61 bilhões. Prevendo o impasse, o porta-voz da Câmara John Boehner (R-OH) chegou a circular projeto de nova resolução contínua para o período de uma semana, com cortes de US$ 12 bilhões e garantia de financiamento do Departamento de Defesa até o fim do ano fiscal. Com o estremecimento das negociações, Boehner se reuniu com sua bancada na segunda-feira, 4, para discutir uma possível paralisação do governo. A Casa Branca, buscando evitar esse cenário, convocou uma reunião para terça-feira, 5, entre as lideranças do Congresso e o presidente Barack Obama. Na reunião, Boehner elevou a exigência de cortes para US$ 40 bilhões, arrancando declarações de repúdio de democratas. Ao mesmo tempo, Obama declarou que não sancionará nenhuma nova resolução contínua sem que um acordo de longo prazo seja fechado.

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