Economia é destaque de visita de Obama ao Brasil
Para o público doméstico nos EUA, a visita do presidente Obama ao Brasil foi focada nas relações comerciais entre os países. A Casa Branca buscou divulgar a viagem como mais uma tentativa de fomento a exportações e criação de empregos. A visita também foi motivada por interesses econômicos de longo prazo, uma vez que o Brasil – a sétima maior economia do mundo – é visto com crescente importância nos debates econômicos internacionais. Outra motivação é a busca de reafirmação do país em uma região em que a presença da China é cada vez maior. Esses argumentos foram utilizados para rebater críticas ao presidente por deixar os EUA em meio aos debates em torno do orçamento, da intervenção na Líbia e da catástrofe no Japão. Os dois países finalmente assinaram o Acordo de Comércio e Cooperação Econômica em negociação há meses, além de memorandos de entendimento sobre cooperação para a organização da Copa do Mundo e das Olímpiadas, para cooperação técnica em terceiros países, e para estudos de biodiversidade – o Acordo “Céus Abertos”, uma parceria para desenvolvimento de biocombustíveis para aviação. Em meio à atmosfera positiva, algumas desavenças também foram pontuadas. A presidente Dilma Rousseff criticou a política monetária dos EUA, ressaltando as distorções causadas nos mercados cambiais, forçando países a adotarem políticas protecionistas. A presidente também pediu a redução das barreiras às exportações brasileiras, destacando etanol, carne bovina, algodão, suco de laranja e aviões. O presidente Obama, por sua vez, criticou a burocracia e os obstáculos à abertura de negócios no Brasil.