Alta do petróleo põe em risco recuperação econômica
A recuperação da ainda frágil economia dos EUA enfrenta dificuldades com as seguidas crises no mundo árabe. A interrupção das atividades das grandes petrolíferas na Líbia elevou o preço do petróleo cru a US$ 120 o barril, quase 40% acima do patamar de janeiro. Nem a promessa da Arábia Saudita em suprir a queda no fornecimento acalmou o mercado. Apesar da capacidade de produção excedente, os sauditas não conseguem atender a demanda europeia pelo petróleo tipo “doce”. Uma das alternativas para a Europa seria disputar os mercados angolano e nigeriano com a China e os EUA, o que pressionaria mais os preços. É esperado que o Congresso autorize isenções fiscais de cerca de US$ 30 bilhões para manter o estímulo econômico, mas o custo do petróleo poderá neutralizar esse plano. Segundo Chris Lafakas, da agência de classificação de risco Moody’s, ainda que o valor do barril recue e se estabilize em US$ 90, os contribuintes gastariam o mesmo montante para abastecer seus veículos. As refinarias também temem pela retração na demanda se o combustível atingir US$ 4 o galão – na Califórnia o preço na bomba alcançou US$ 3,55 na última semana. A alta no combustível poderia levar ao aumento no custo de transporte e inflacionar os preços em geral, cenário propenso à diminuição da atividade econômica. O governo, no entanto, alega que um novo choque do petróleo não tiraria os EUA do trilho da recuperação. Para Austan Goolsbee, presidente do Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca, o país tornou-se menos sensível a choques em função do aumento da eficiência energética.