Revoltas árabes dificultam política regional

Após a revolução no Egito, protestos eclodiram ou recrudesceram em países aliados dos EUA no Magreb e no Oriente Médio. As demonstrações trazem demandas variadas e obstáculos diferentes para a política externa dos EUA. No caso do Iêmen, a queda do governo poderia dificultar o combate a AQAP, um ramo ativo da Al-Qaeda. Segundo Michael Leiter, diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo (NCTC), a célula iemenita da organização é, no momento, a maior ameaça terrorista aos EUA. No Bahrein, o problema é o fato de o país ser base da Quinta Frota Naval dos EUA e a primeira monarquia desafiada pelas revoltas. A reprodução do movimento contra outros regimes monárquicos, como o saudita, representaria para os EUA um desafio ainda maior. A Arábia Saudita possui as maiores reservas de petróleo no mundo e tem um papel na OPEP vital para a estabilidade do mercado. A brutalidade usada contra os manifestantes pelas autoridades de Bahrein expõe contradições na administração. Leis dos EUA proíbem o envio de recursos a governos que desrespeitam direitos humanos, mas um acordo de defesa entre os dois países prevê assistência financeira ao Bahrein em troca de facilidades logísticas para o Pentágono. Analistas acreditam que o elemento religioso presente em alguns dos conflitos árabes traz um componente a mais de risco. Parte das alianças políticas e militares dos EUA na região é selada com ditadores sunitas, alvos do descontentamento da maioria xiita. A ascensão desse estrato político poderia favorecer o também xiita Irã e deixar Washington em desvantagem na região.

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