WikiLeaks: EUA ignoraram sinais de revolução

Pouco antes das primeiras manifestações no Egito, o WikiLeaks divulgou documentos diplomáticos revelando que os EUA sabiam desde 2008 dos planos da oposição para mudar o regime no país. Segundo informes de Margaret Scobey, embaixadora no Cairo, grupos opositores pretendiam implementar uma democracia parlamentar em 2011 antes das eleições presidenciais em setembro. As informações teriam sido reveladas por um membro do grupo 6 de Abril, supostamente quando este retornou ao Egito após comparecer à conferência Aliança de Movimentos da Juventude, em Nova Iorque, a convite do Departamento de Estado. O ativista, cuja identidade foi preservada, teria afirmado que várias forças opositoras, dentre elas a Irmandade Muçulmana, haveriam fechado apenas um acordo verbal em função da sensibilidade do tema. Para alcançar o objetivo, a aliança esperava contar com o apoio do exército e da polícia, pois não acreditava que reformas políticas viessem a ser implementadas voluntariamente pelo presidente Hosni Mubarak. Scobey terminou o telegrama dizendo que o jovem não fornecera detalhes do que ela classificou como um plano altamente irrealista. A embaixadora também ressaltou que o aparente radicalismo do jovem o colocaria fora do núcleo central da oposição, que normalmente busca reformas tangíveis dentro de um contexto político vigente. Após a divulgação dessas informações, conservadores acusaram a administração Obama de negligência e falhas nos serviços de inteligência.

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