China e EUA condenam programa nuclear norte-coreano
Na quarta-feira, 19 de janeiro, os presidentes dos EUA e da China fizeram um anúncio conjunto condenando a alegada capacidade da Coreia do Norte de enriquecer urânio. A anuência chinesa marcou uma nova postura do país: Pequim sempre resistiu a criticar as atividades nucleares de seu aliado asiático. Segundo um oficial do governo dos EUA, Hu Jintao teria cedido após Barack Obama ameaçar redistribuir forças militares na Ásia para defender o país de um possível ataque norte-coreano. A mensagem dada durante jantar fechado em Washington reforçou um primeiro alerta enviado em dezembro. Para o secretário de Defesa, Robert Gates, Pyongyang poderia atingir o território dos EUA com mísseis balísticos em um prazo de cinco anos. No dia seguinte à declaração sino-americana, as duas Coreias concordaram em retomar negociações diretas pela primeira vez desde a crise gerada pelos incidentes militares em 2010. Na prática, a retomada do diálogo significa que a China conseguiu quebrar a resistência dos EUA em reabrir as negociações, interrompidas em 2009 após testes nucleares realizados pela Coreia do Norte. Na próxima semana, uma delegação do Departamento de Estado chefiada pelo secretário-assistente, James Steinberg, viajará para Seul e Tóquio a fim de atualizar os dados sobre a visita de Jintao. A maior preocupação é fazer com que a Coreia do Sul não se ofenda por ser induzida a negociar sem que duas exigências suas tenham sido atendidas: um pedido de desculpas pelos ataques recentes e a desnuclearização da Coreia do Norte.