Procuradores tentam processar fundador do WikiLeaks por conspiração
O Departamento de Justiça dos EUA procura evidências para processar por conspiração Julian Assange, fundador do site WikiLeaks. A principal hipótese dos procuradores é a de que ele teria incentivado Bradley Manning, analista de inteligência das Forças Armadas a repassar documentos militares e do Departamento de Estado arquivados em um sistema eletrônico do governo. Nesse caso, Assange perderia a condição de receptor passivo das informações e estaria sujeito às leis nacionais mesmo sendo cidadão australiano. Desde que o Wikileaks começou a divulgar documentos sigilosos dos EUA no início do ano, oficiais vêm estudando meios de incriminá-lo no Ato de Espionagem, de 1917, e no Ato de Fraude e Abuso em Informática, de 1986. Caso os EUA consigam enquadrar Assange por crime de espionagem, a sua extradição poderá ser solicitada à Inglaterra, onde ele aguarda decisão judicial sobre o pedido de extradição feito pela Suécia para responder por supostas ofensas sexuais contra duas mulheres no país. Os dois Atos, no entanto, nunca foram aplicados contra pessoas que tivessem divulgado informações recebidas involuntariamente, um direito protegido pela Primeira Emenda da Constituição sobre liberdade de expressão e de imprensa. Eric Holder, procurador-geral dos EUA, acredita que existam outros instrumentos legais além dessas duas possibilidades. Para o senador Joseph Lieberman (I-CT), os veículos de comunicação que reproduziram o material deveriam ser igualmente processados, embora reconheça que os impedimentos constitucionais em relação à grande mídia seriam mais difíceis de contornar.