Wikileaks expõe bastidores da diplomacia dos EUA
O site WikiLeaks divulgou, em 28 de novembro, cerca de 250.000 documentos confidenciais com mensagens diplomáticas entre o Departamento de Estado e mais de 270 embaixadas e consulados dos EUA de 1966 a 2010. O vazamento pode estremecer relações externas dos EUA, que vêm alertando aliados sobre seu conteúdo. Os arquivos mostram conversas de membros do corpo diplomático com dissidentes políticos; percepção de representantes do governo sobre líderes internacionais; pressão para que países recebam prisioneiros de Guantánamo; espionagem de diplomatas estrangeiros. A Secretária de Estado, Hillary Clinton, em viagem no Cazaquistão para participar da Conferência da Organização para Segurança e Cooperação Europeia, disse acreditar que as relações diplomáticas dos EUA não serão abaladas. Clinton louvou o direito de expressão, mas afirmou ser difícil separar liberdade e responsabilidade. Para membros do governo, o vazamento ameaça a segurança nacional dos EUA e compromete a liberdade de atuação dos diplomatas devido à quebra de confiança e sigilo. Espera-se que as últimas revelações do site repercutam ainda mais do que meio milhão de documentos já expostos sobre as guerras do Afeganistão e Iraque. Particularmente impactantes são os dados sobre o aumento da influência iraniana no Iraque desde 2003, ordens do Departamento de Estado para espionar altos funcionários da ONU e a pressão de líderes árabes para que os EUA atacassem o Irã.