Aquecimento global fora da agenda republicana
O presidente Barack Obama, que prometera medidas agressivas para combater os gases de efeito estufa ao assumir o cargo, reconheceu que a retomada do tema será improvável no próximo Congresso. Segundo o think tank progressista, Center for American Progress, 55% dos Republicanos eleitos para compor o novo Congresso dizem-se céticos quanto aos riscos climáticos; 35 dos 46 senadores republicanos que integrarão o Senado em 2011 duvidam dos estudos científicos; 125 dos 240 Republicanos na Câmara desacreditam da visão ambientalista. Para muitos deles, a Terra estaria passando por um ciclo natural de aquecimento independentemente da ação humana. Outros veem a mudança climática como boato ou golpe para impor impostos aos combustíveis fósseis. Ralph Hall (R-TX), principal candidato para presidir o Comitê de Ciência e Tecnologia da Câmara no próximo Congresso, chegou a sugerir que cientistas fossem obrigados a fazer um juramento sobre a integridade de suas pesquisas. Há, porém, vozes dissonantes no partido. Bob Inglis (R-CS) declarou, em audiência do Subcomite da Câmara para Ciência e Meio Ambiente, ser favorável a ações que reduzam as emissões de gases causadores do efeito estufa. O congressista, que não chegou a apoiar o sistema cap-and-trade, repreendeu o próprio partido, alertando-o para as perdas de oportunidades financeiras com energia verde. Inglis chamou atenção para o fato de a China estar tomando o lugar dos EUA no desenvolvimento de energias limpas, cuja tecnologia será dominante no século atual.