Pretensões do Tea Party revelam tensões no Partido Republicano
Michele Bachmann (R-MN), membro do Tea Party, anunciou sua candidatura à presidência da Conferência Republicana da Casa, quarta posição na hierarquia do partido na Câmara dos Representantes. Ela se apresenta como uma conservadora constitucional, qualidade que não vê nos republicanos, John Boehner (OH), Eric Cantor (VA) e Kevin McCarthy (CA), três prováveis líderes do partido na Câmara. Embora a vitória de Bachmann seja improvável, sua candidatura ilustra a tensão central a ser enfrentada pelos republicanos: equilibrar as demandas dos novos legisladores, alguns dos quais fizeram campanha contra as bases do partido e defenderam uma posição de não-cooperação com os democratas, com a necessidade de apresentar melhorias na situação econômica. Mesmo que a liderança republicana almeje fundir a visão do grupo à sua, os conflitos serão praticamente inevitáveis. Com o controle da Câmara, o partido terá que deliberar sobre orçamento e elaborar legislações sem a certeza do apoio de cerca de 40 legisladores aliados ao Tea Party, número fundamental para exercer o controle de fato. A eventual votação do aumento no limite do déficit em 2011 seria um dos exemplos de dificuldade imposta pelo Tea Party a ser contornada pela liderança. Os veteranos do partido reconhecem os desafios, mas afirmam ser possível superá-los, já que compartilham muitos dos objetivos dos novatos. Boehner conta, inclusive, com a simpatia do Tea Party, que reconhece o apoio dado pelo congressista ao movimento e o seu empenho pela revogação da reforma do sistema de saúde.