Anúncio do Fed provoca reação negativa interna e externa
O Fed anunciou na quarta-feira, 03 de novembro, a compra de US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro, distribuídos em oito lotes mensais de US$ 75 bilhões. A medida foi a saída encontrada para estimular a economia, uma vez que a taxa de juros de curto prazo – principal ferramenta do banco – já está próxima a zero. O comunicado deixou em aberto a possibilidade de nova compra após junho de 2011 caso o cenário não apresente melhora. A ação foi aprovada por 10 votos contra 1; o presidente do Fed de Kansas City, Thomas M. Hoenig, foi a voz dissonante ao argumentar que a decisão aumentaria os riscos de desequilíbrio financeiro e instabilidade econômica no futuro. Mike Pence (R-IN), presidente da Conferência Republicana na Câmara, também condenou a ação. Segundo Pence, a economia deve ser estimulada através de políticas fiscais, e não pela criação artifical de inflação. Outra crítica recorrente é a percepção de que a compra de títulos do governo pelo Fed alivia a pressão sobre a Casa Branca e o Congresso para combater o déficit no longo prazo. As economias emergentes reagiram negativamente, temendo que mais dólares no mercado elevem a entrada de capital em seus países, provocando a valorização das moedas nacionais e diminuindo a competitividade das exportações. Welber Barral, secretário de Comércio Exterior do Brasil, disse que o movimento do Banco Central dos EUA incita medidas retaliatórias por parte de outros países, enquanto os ministros das Finanças da Coreia do Sul e da Tailândia declararam que vão considerar maneiras de limitar a entrada de capital.