Documentos vazados revelam atrocidades no Iraque

A organização WikiLeaks divulgou na sexta-feira, 22 de outubro, cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra do Iraque. Os arquivos relatam o grande uso de agências privadas de segurança pelos EUA, um número de civis mortos maior do que o divulgado, fornecimento de armas e treinamento pelo Irã a combatentes xiitas, e altos índices de violência cometidos por militares. A principal polêmica diz respeito a abusos e torturas cometidos contra detentos, majoritariamente sunitas, por forças iraquianas xiitas, e a não-intervenção dos EUA nestas violações. Apesar de não serem totalmente desconhecidos, os relatórios podem intensificar a instabilidade política iraquiana. Opositores do primeiro-ministro, Nouri al-Maliki, pediram ao Parlamento investigações sobre as acusações de tortura no seu governo, mas o líder xiita contestou a veracidade dos dados e garantiu não haver provas de que as atrocidades tenham sido cometidas durante seu mandato. Para os EUA, o vazamento é uma séria ameaça à segurança nacional e coloca em risco a vida de soldados aliados e iraquianos. De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley, oficiais dos EUA foram contra os abusos impetrados pelos militares iraquianos, e caberia ao governo iraquiano responsabilidade pelo julgamento dos fatos. Para o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, tanto os EUA como o Iraque devem investigar as acusações.

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