Líderes talibãs e afegãos negociam solução para a guerra

Negociações informais entre o Afeganistão e o Talibã vêm ocorrendo há meses com a aprovação da OTAN, embora sem intervenção direta dos EUA. Forças ocidentais protegem a viagem dos líderes talibãs a Cabul para evitar represálias de combatentes contrários à aproximação. O Paquistão, residência de parte da liderança, se diz indispensável para o sucesso das negociações e pode sabotar o processo por meio de seu serviço de inteligência. Temendo o aumento da influência do país vizinho, o governo afegão excluiu líderes importantes, como o mulá Muhammad Omar, devido às relações destes com o governo paquistanês. Ainda não está claro o poder desses interlocutores em suas próprias organizações, nem se eles pretendem de fato desistir da luta, mas fontes nos EUA acreditam que alguns venham a contribuir. A fórmula para a paz pode incluir outros elementos regionais. Chefes talibãs se encontraram com o governo saudita no início de outubro para obter apoio para as negociações, ao mesmo tempo em que um diplomata iraniano foi convidado pela OTAN para discutir questões de segurança no Afeganistão. Especialistas de política externa dos EUA divergem quanto à eficácia da reconciliação política. Para o senador Mark Udall (D-CO), a iniciativa deve vir acompanhada de esforços para construir uma sociedade estável. Críticos como o analista Ahmad Majidyar, do American Enterprise Institute, veem no Talibã uma força a ser combatida militarmente. Entre oficiais aliados e pessoas próximas aos insurgentes, prevalece a crença de que encontros informais sempre aconteceram e a única novidade seria a sua divulgação na mídia para satisfazer a opinião pública ocidental.

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