Governo aumenta percentual de etanol em combustível
A Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency) liberou no dia 13 de outubro o E15, uma mistura de combustível com 15% de etanol. Até então, o limite permitido era de 10%. A nova composição pode ser usada em carros feitos a partir de 2007 e, dentro de seis meses, em carros produzidos entre 2001 e 2006, sem a necessidade de adaptação mecânica. A medida pode contribuir para que o país atinja a meta de elevar o consumo para 36 bilhões de galões de biocombustível por ano em 2022. A capacidade nacional de produção atual é de apenas 6 bilhões. A novidade foi recebida com muita polêmica. Produtores de petróleo e fabricantes de equipamentos afirmam que o produto danifica os motores. O setor comercial alega que os postos de abastecimento não dispõem de infraestrutura suficiente para mais um tipo de combustível. Nesse sentido, o E15 corre o risco de sofrer os mesmo problemas do E85 para carros tipo flex: a falta de locais de venda. O Instituto do Petróleo Americano (American Petroleum Institute) teme que os varejistas optem por sacrificar a venda de diesel para atender à demanda por etanol. Grupos ligados à indústria de biocombustível elogiaram a decisão, que pode derrubar as barreiras de um mercado controlado pelas petrolíferas. Para ambientalistas, o E15 é paradoxal por poluir menos, mas consumir muita energia fóssil para ser produzido. Além disso, o etanol de milho pode influir nos preços da commodity e desviar a produção do setor alimentício para o energético. Segundo especialistas, fatores eleitorais pesaram mais na decisão do governo do que razões ambientais.