Primárias republicanas exacerbam tendências dentro do partido

A surpreendente vitória de Christine O’Donnell nas primárias de Delaware para candidatura ao Senado foi a mais recente expressão das tensões existentes dentro do partido Republicano. Mike Castle era o preferido pela direção do partido: político moderado, ex-governador e membro da Câmara por nove mandatos. Para derrotá-lo, O’Donnell disputou as primárias com uma plataforma de extrema-direita e foi apoiada pela mobilização de ativistas. O resultado em Delaware soma-se aos de Kentucky, Nevada, Utah, Colorado e Alaska, onde candidatos menos conhecidos derrubaram os favoritos da direção central, incluindo atuais senadores que não concorrerão à reeleição pelo partido – Lisa Murkowski (R-AK) e Robert Bennett (R-UT). A militância conservadora tem movimentado o partido Republicano, principalmente pela atuação de organizações como o Tea Party Express e FreedomWorks. O discurso desses candidatos defende uma menor participação do Estado na economia e na sociedade, a reprovação da reforma da saúde de Obama e dos pacotes de estímulo à economia, a extensão de cortes de impostos, e valores sociais conservadores como políticas pró-vida, e leis rígidas de imigração. Esses movimentos se direcionam não só contra o Obama e os democratas, mas também contra os republicanos moderados, acusados de serem republicanos apenas no nome (RINO, Republicans In Name Only). Os moderados mostram-se preocupados que tal plataforma lhes custe o voto dos independentes em disputas acirradas, como em Colorado, Delaware, Kentucky e Nevada, e ponha em risco uma possível retomada da maioria no Senado.

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